Esse é o resumo do post anterior em vídeo, com ele percebemos como é a trilha da expedição do Monte Roraima, dia a dia e com relatos sobre suas histórias e lendas. Esse foi o momento final da primeira etapa da viagem de volta no mundo, com a conquista do monte o projeto Pedais pelo Mundo fechou com chave de ouro o primeiro ano do projeto.
Category : Diário
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13/08/2010 – Após 3 dias desde que sai de Boa Vista, chego em Pacaraima, é a cidade brasileira que faz fronteira com a Venezuela, seu comércio é muito forte como também sua desorganização urbana. Em Pacaraima fui muito bem recebido por Sônia, apresentada por Fábio Talui de Belém, deixo aqui meus eternos agradecimentos pela hospitalidade e suporte.
No dia seguinte pela manhã, fui direto para Santa Elena de Uairén consultar os preços da expedição do Monte Roraima, soube que no dia seguinte haveria um grupo e decidi ir nele mesmo, voltei para Pacaraima para pegar o equipamento que iria utilizar, Carmélia e todas as outras coisas iriam ficar com Sônia.
Santa Elena parece mais um reduto de brasileiros, devido a moeda venezuelana estar desvalorizada, muitas pessoas vão para fazer comprar, além de existir o famoso comércio da gasolina, os postos chegam a formar filas para abastecer em seguida voltam para o Brasil para vendê-la, algumas pessoas até brincam a respeito, dizem que toda casa em Santa Helena é um potencial posto de gasolina, normalmente identificada por um carro antigo na porta pois possuem tanques com alta capacidade.
Dicas e Briefing
A quem interessar fazer o trekking do Monte Roraima, existem inúmeras maneiras e pelo que vi somente 3 agências em Santa Elena e 2 brasileiras, os preços bastante variados, por isso pesquise, não recomendo ir logo na primeira. Os valores vão variar caso você precise de saco de dormir, barraca, isolante queira o serviço de carregadores e comida por conta deles, no meu caso, como eu tenho todo equipamento decidi fazer uma expedição “solo”, por conta disso no início estava bastante carregado, algo em torno de 19kg, o custo para mim ficou em 1000 Bolívares equivalente a R$ 250,00 – caso você seja iniciante e sedentário é bom analisar esses fatores, e mais, não tenha medo eu vi adultos com seus 50 a 60 fazendo o trekking.
O pacote da expedição que fiz foram de 6 dias, é o mais comum, sendo 3 dias até o topo, 2 pernoites em cima do monte e 2 dias de volta, particularmente achei pouco e corrido, você tem que escolher a vivência que irá fazer lá em cima, o interessante seria se fossem 8 dias, dessa forma é possível ir até a proa do monte e daria para conhecer todos os atrativos, lago Gladys, foso, labirinto, ponto tríplice, jacuzzis, la ventana e os dois vale de cristais, além de que o clima da região é muito instável, é fácil acontecer de pegar o tempo aberto durante toda a caminhada mas ao chegar lá em cima o tempo fechar e não ser possível ver nada, a visibilidade cai muito, então, ficando mais dias a probabilidade de conseguir um dia bom é maior.
A Expedição
15/08/2010 – Por volta das 11:00 da manhã saímos de Santa Elena em direção a vila paraitepui – são 3:00hs de viagem e pode ser bem desconfortável por ter que sentar de lado na camionete, um colega chegou a vomitar, em compensação as paisagens são belíssimas – no ponto de partida da caminhada, foi interessante ver as pessoas que acabara de voltar da expedição, com a aparência acabada, com as roupas todas sujas, as pernas literalmente massacrada pelos mosquitos, os famosos puri puri, caso você vá para lá, não irá esquecer nunca deles, eles são tão pequenos quanto uma formiga, pretos e incomodam muito – não economize no repelente. O primeiro dia é bem leve, a energia está lá em cima e com animação, são 13,5km no total com alguns montes no caminho, sobes e desces, nada tão difícil, foi desgastante por conta da chuva no final da trilha, principalmente para montar a barraca nestas condições.
No segundo dia, o clima melhorou um pouco, não estava chovendo, ao contrário, fazia muito sol e calor, bom para tomar banho no rio Kukenan, o segundo que se tem que atravessar. A intensidade da trilha fica cada vez mais pesada a medida que vai se aproximando do monte, no meio do dia paramos para almoçar no acampamento militar, que mais parece um campo cheio de pedras, só tem uma árvore que permite se proteger do sol e ainda depende da sorte de nenhum grupo estiver ocupando. Após ele, começam as subidas com inclinações maiores, por volta dos 40º, as vistas do monte estão sempre com nuvens e não são das melhores. No final do dia chegamos ao acampamento base, a 1870m, esse já fica no “pé” do monte e da até pra tomar banho de rio gelado.
Terceiro dia é o grand finale, a subida de La Rampa, esse trecho sim exige muito do corpo, com inclinação próxima de 60º, quase sempre é necessário utilizar as mãos para subir as pedras, é a chamada escalaminhada, é basicamente um caminho de rochas, dentro da densa floresta, com alta umidade e altitude, a respiração se mantém sempre ofegante, caminha-se algo em torno de 2,5km e sobe 900m. Já bem próximo do final atravessa-se uma cachoeira, chamada de Passo de Lagrimas, é muito importante ter capa de chuva, infelizmente a minha foi roubada no segundo dia – atenção com seus pertences – após 4 horas estávamos no cume do Monte Roraima, e para maior felicidade as nuvens aos poucos iam sumindo.
Monte Roraima
Segundo geólogos a formação do monte é pré histórica, desde quando a África e América ainda eram unidas em super continente, chamado de Gondwana. Sua composição é de rocha sedimentar, por serem “constituídas de sedimentos, que são as inúmeras partículas de rocha, lama, matéria orgânica, podendo até mesmo possuir em sua composição restos corpóreos de vegetais e animais.”
“Quando toda esta matéria é transportada e acumulada em um determinado local, sofrendo ação da temperatura (frio ou calor), ocorre o fenômeno da diagênese ou litificação, ou seja, a transformação de sedimento em rocha. Os locais mais comuns para a ocorrência do processo são os lagos, baías, lagunas, estuários, deltas e fundo de oceanos.” (fonte: infoescola.com 01/02/2011)
A atual configuração do tepuy se deve a ação do vento e da chuva, através do lento processo de erosão foi se desenhando as formas das rochas que muitas vezes se parecem com animais e/ou pessoas. A origem do nome Roraima até hoje não está estabelecida, segundo a língua da tribo indígena Pemon, o nome traduz como “Grande Verde-Azulado”, Roroi-Imã, sendo Imã – Grande e Roroi – Verde Azulado.
Lenda
A lenda reconhecida do monte diz que Roraima era uma imensa árvore carregada de grandes e deliciosas frutas que sobressaíam na savana, era chamada de Árvore de todos os frutos. Os índios Pemon dizem que seus antepassados, ao ver a tão fantástica árvore decidiram um dia cortá-la, eles achavam que dessa forma conseguiriam pegar todas as frutas de uma só vez e sem esforço. Ao começar a cortar a árvore, perceberam que sua casca era bastante rígida e o meio tão mole quanto o de uma bananeira. Após a derrubada um choro de água começou a sair de dentro da árvore, provocando a inundação da região e assim surgindo o Monte Roraima. Além dessa existem as histórias de figuras míticas como o Makunaima e Kukenan.
Andar no Monte Roraima é uma experiência mística, impossível de comparar com qualquer outra parte do mundo, a sensação é de estar na lua ou até mesmo em outro planeta. A tonalidade de cor predominante é o preto das rochas e o branco das nuvens, dando um ar sombrio e misterioso. O colorido presente na paisagem é bem pontual, oriundo das pequenas plantas e arbustos que habitam o monte, é preciso observar atento aos detalhes do cenário surrealista. Em meio ao paraíso de pedras, o silêncio ensurdecedor, perfeito para meditar e refletir sobre todas as coisas que nos ronda. Assim foi a expedição, um momento de reflexão de toda a viagem que a poucos dias completou um ano, com certeza um bom encerramento da primeira etapa da volta no mundo.
O quinto dia da trilha é a pesada descida do monte somada a caminhada de 10,5km até o acampamento do rio tek, só é compensada pela cerveja quente no final, já que lá não possui energia e torna impossível o resfriamento dela, contudo a emoção é tamanha que a cerveja se torna a melhor do mundo, é um momento de festa e celebração. O sexto dia sim é pesado, a musculatura do corpo está no limite, até mesmo para mim que viajo de bicicleta. Apesar de todo o esforço físico, no final é válido, as lembranças que a trilha deixa e a energia do lugar nos faz devanear. Agradeço aqui também todo o grupo que fiz parte, Antonia, Bruno, Cassiano, David, os 2 Francois, Rodrigo, Rute, Coline ao nossos guia Gidean e pochadores Ronald e Devon.
As informações históricas relatadas foram retiradas do Mapa Guía Monte Roraima, Autores: Emilio Pérez e Adrian Warren.
Segundo dia de pedalada, estava um ótimo dia para seguir viagem, a presença da floresta deixa as manhãs com um clima ameno e uma leve e bonita neblina no ar. Para continuar com as condições do início da viagem mais ladeiras pelo próximos 30 km, depois suavizadas. A medida que chega próximo ao meio dia o calor aumenta insuportavelmente, por volta das 11:00 AM encontro uma pequena mercearia – uma simples construção de madeira que no final de semana provavelmente vira um reduto de bêbados, as latas de cervejas jogadas nos arredores da casa denuncia, sorte a minha em passar em uma segunda-feira, perfeito para me proteger do sol e de lambuja tomar um refrescante banho – depois de descansar pego meu kit de cozinha para então fazer meu almoço, o cardápio, macarrão instantâneo com ervilhas, em seguida ateio minha boa e velha rede e tenho um merecido descanso, um tanto desconfortável devido ao intenso calor ambiente.
Dou continuidade a viagem lá pelas 3:00 PM, a ladeiras são suaves mas as retas infinitas, de perder o horizonte, como um gigante funil de laterais formadas por lagos com os típicos buritis, palmeiras que compõe a floresta amazônica, a sua presença denuncia a presença de água aos redores, geralmente eles estão localizadas em regiões alagadiças. Compondo a flora, inúmeras araras sobrevoam a região, amarelas, vermelhas e fui feliz em ver um casal de arara azul, uma raridade, pois atualmente está extinção, é um verdadeiro zoológico natural, onde a fauna está em seu habitat livre das cinzentas grades quadriculadas – um fato interessante é que as araras são animais extremamente fieis ao seu companheiro(a), ao encontrar o seu par, nunca mais se separam – minha felicidade maior estava ao ver os tucanos de bico branco, uma espécie que eu nunca havia visto pessoalmente, discretos, eles ficam muito escondidos em meio a mata, é preciso presta muita atenção – nesse momento já é final de tarde, vou chegando aos 110 km de trajeto e a parada que antecede a reserva indígena Waimiri-Atroari, a tão comentada e questionada travessia – me alojo no ultimo restaurante da pequena vila, batizo-o de miss simpatia – o dono é um homem com seus 50 e tantos anos, mal humorado e rancoroso salvo por uma senhora de pele enrugada que denuncia sua elevada idade e experiência de vida, sempre me trata com um leve e simpático sorriso no rosto que me faz lembrar dos meus avós.
Terceiro dia, a ansiedade tomava conta do meu corpo, esse era o grande dia, as especulações e o medo das pessoas a respeito da reserva tornou-a ainda mais mística – ouvi de tudo, que os índios iam me comer, que se me pegassem tirando foto iam quebrar minha câmera, se parasse ia ter encrenca, um pouco de tudo, enfim, as 7:30 AM estava cruzando o portão de entrada – a paisagem exuberante da floresta preservada encanta, logo no início um grande lago espelhando o céu azul daquele bonito dia com inúmeras palmeiras e ao fundo grandes árvores competindo para quem topa mais alto compõe o visual. (conheça mais sobre a história da reserva)
São 126 km, sem poder parar muito, no início eu até ficava meio preocupado com longas paradas, mas por volta dos 60 km meu joelho voltou a doer, conseqüências do primeiro dia de pedal, e me forçaram a parar um tempo na estrada para descansar, era só metade do caminho, o que me preocupava bastante – o bom da parada no meio do nada me permitiu curtir a natureza selvagem – o trecho da reserva é extremamente preservado, o gigante organismo tenta retomar o que lhe foi roubado, em alguns trechos as árvores invadem a pista mostrando quem tem o poder – era também possível ver alguns macacos saltando de galho em galho, inúmeras borboletas e pássaros com seus vôos caprichosos.
Sigo a pedalada por mais 30 km e uma nova pausa, dentro da reserva ainda existem ladeiras que exige muito do corpo e o joelho sofre bastante com elas, já estava no limite, mas como não passava nenhum carro tinha que continuar pedalando chegando ao ponto de usar uma perna só. Cheguei aos 116 km e finalmente consegui uma carona para me deixar no final da reserva – um caminhão baú atendeu meu pedido de socorro, o motorista do Paraná e o seu parceiro da Bahia que fumava cigarro e tomava cachaça, eles transportavam adubo para uma pequena cidade de Roraima – era por volta das 4:00 PM quando cheguei na Vila Jundiá, o outro lado da reserva, uma pedalada de extremos, a beleza e magia da reserva somada ao calor e a dor do corpo. Decidi ficar 1 dia em Jundiá para descansar o corpo e especialmente o joelho.
Após um dia de descanso no restaurante/lanchonete do bigode que fica posto de gasolina de Jundiá sigo o pedal, logo de cara vejo uma das paisagens mais bonitas da viagem, um lago que mais parecia um espelho, refletindo os buritis e o céu azul, capaz de enganar a mente através da fotografia, mais a frente um bando macacos brincavam nas árvores adjacentes a avenida e também araras sobrevoavam o céus, uma viagem onde a observação da fauna é um prato cheio e a torna encantadora.
Em pouco tempo chego a linha do equador, pela primeira vez estou saindo do hemisfério sul para o hemisfério norte, uma pena o local estar completamente destruído, todo pichado e mal conservado o Governo de Roraima parece não investir muito no turismo do estado, falta muita coisa. Voltando a estrada, mais a frente encontro um casal de franceses que também viajavam de bicicleta, com bikes muito simples e um trailer acoplado a uma delas que pesava uma “tonelada”, quando você acha que esta fazendo uma loucura, na estrada muitas vezes encontramos pessoas mais loucas que nós, viajando de formas surpreendentes, isso revela para mim que para fazer cicloturismo basta vontade não importa ter equipamentos top de linha e ultra modernos, eles podem ajudar é claro, mas não são obrigatórios, o que importa mesmo é o querer.
No quilômetro 60 do dia chego a Vila do Equador, depois dela, a 48 km tem a Vila Nova Colina, essa parte da estrada tem a pavimentação muito ruim e quando passam carros e caminhões levanta muita poeira, desde a reserva a estrada possui essas condições, a diferença vai ser só na densidade da floresta, em Roraima o desmatamento é muito alto, e quase sempre as margens da BR 174 possui grandes áreas destruídas, triste de se ver logo depois de cruzar a reserva indígena, um contraste assombroso – a paisagem é de um descampado com vestígios de queimadas que deixaram somente a base do tronco das árvores, um assassinato a floresta que até hoje ainda sofre com a ganância do ser humano pelo dinheiro, o valor da madeira é muito alto e a fiscalização é ineficiente em meio as dimensões da floresta.
Quinto dia, pedal leve, saio da Vila Nova Colina em direção a Rorainópolis a 40 km de distância, decidi ficar um dia de repouso para me alimentar melhor e recuperar as energias no conforto de um quarto e uma cama, fiquei em uma pousada baratinha que custou R$ 35,00 por 2 pernoites. Rorainópolis é a segunda maior cidade depois de Boa Vista, um tanto desorganizada com problemas de saneamento básico e moto pra todo lado, a motorização das cidades do interior são cada vez mais rápidas.
Domingo, 01 de Agosto, as 5:00 AM já estou na ainda escura estrada, sem sinal do sol e a medida que ele vai aparecendo é possível ver a neblina sob a floresta, que da forma aos raios solares que percorrem entre as árvores, o silêncio só é quebrado pelos cantar do acordar dos pássaros, a temperatura amena da manhã deixa o clima muito agradável – o dia será longo, o plano é pedalar aproximados 160 km até a cidade de Caracaraí, bem próximo de Boa Vista, 130 km, é o penúltimo dia de viagem.
Chego na chamada bola do 500, faço um lanche pois daqui pra frente, pelos próximos 80 km, não existe nenhum apoio e tinha que puxar o pedal. A medida que a hora vai passando o calor também vai aumentando – as infinitas retas são grandes armadilhas psicológicas, olha-se para frente e o infinito da estrada parece não levar a lugar nenhum – a floresta amazônica está bem ao fundo, o desmatamento e a transição da vegetação para o lavrado diminui consideravelmente sua densidade e torna o clima seco, me fazendo implorar por uma chuva.
Pedalei 120 km, a manhã inteira e o início da tarde, até as 1:00 PM quando finalmente encontrei um apoio em um restaurante de beira de estrada, refeição reforçada e descanso merecido para agüentar mais 40 km e chegar no destino planejado, Caracaraí. No meio da tarde volto a estrada com a tão desejada chuva, que cai fina e alivia o calor da estrada, em pouco tempo estou atravessando a ponte que cruza o Rio Branco e chego ao ponto final, o dia foi muito longo e analisando calmamente pareceu uma eternidade.
Sétimo e último dia de viagem, já estou no lavrado, a estrada que me leva à Boa Vista é nova e perfeita para pedalar, por outro lado o movimento de veículos também é um pouco maior – os grandes campos é a paisagem principal com algumas montanhas espaçadas e pontuais ao fundo, o relevo é praticamente plano com a maior parte das subidas leves. A animação da chegada é enorme, aconteceram muitas coisas até chegar aqui, as infinitas ladeiras da saída de Manaus, cachoeiras de Pres. Figueiredo, reserva indígena, dores no joelho, a abundante fauna da Amazônia entre outros, foram 7 dias emocionantes que só foram possíveis viver em cima de uma bicicleta, pedalando lentamente e desfrutando do mínimos detalhes. Agora chegada a hora de descansar e depois seguir para a próxima etapa, ir para a Venezuela e conquistar o Monte Roraima.
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Olá amigos, após 9 dias de estadia em Boa Vista sigo em direção a Venezuela, então provavelmente ao vocês lerem esse post eu já estarei em solo Venezuelano a caminho do Monte Roraima, localizado no Parque Nacional Monte Roraima é o divisor e ponto de frontreira da Guiana, Venezuela e Brazil. Em nosso país é a décima maior formação rochosa brasileira, com 2.739,30 metros de altitude.
foto: necklace
O Roraima destaca-se por possuir características únicas. Estima-se que tenha se erguido há mais de 2 bilhões de anos, período em que nem sequer os continentes tinham se separado e adquirido a forma que possuem atualmente. Umas das peculiaridades que mais o diferenciam de quaisquer outros montes é o fato de se parecer com uma imensa “mesa”, ou seja, seu topo é plano (e possui cerca de 90 km de extensão). Além disso, escorrem do monte milhões de litros de águas formando várias cachoeiras; na Venezuela os índios a chamam de “mãe das águas”.
Lenda do Monte Roraima
A lenda do Monte Roraima surgiu na tribo dos índios Macuxi, que ali habitavam. Conta que antigamente não havia nenhuma elevação naquelas terras. Muitas tribos indígenas viviam naquela área plana e fértil onde a caça, a pesca e outros frutos eram abundantes. Porém, num dia, nasceu num local uma bananeira, uma árvore que nunca aparecera ali antes. tornou-se, rapidamente, viçosa e cheia de belos frutos, mas um recado divino foi dado aos pajés: “Ninguém poderia tocar nela ou em seus frutos, pois aquele era um ser sagrado; Se alguém o fizesse, inúmeras desgraças aconteceriam ao povo daquela terra. Todos obedeceram o aviso que lhes foi dado. Porém, ao amanhecer de um certo dia, a tribo percebeu que haviam cortado a árvore e, em instantes, a natureza revoltou-se. Trovões e relâmpagos rasgavam o céu deixando todos assustados. Os animais fugiam. E do centro da Terra surgiu o Monte Roraima, elevando-se imponente até o céu. Pessoas dizem que até hoje o monte “chora” pela violação no passado. ( fonte: wikipedia.org data: 10/08/2010)
A pedalada até o Monte pode acontecer até uma aldeia próxima a ele, e a partir dela é feita a pé, somando 3 dias até o cume. Para não forçar muito pedalarei até Santa Helena, que fica a aproximados 200 km de Boa Vista, sendo os últimos 50 km de forte subida, estou com medo de meu joelho voltar a doer, aqui em Boa Vista eu fui ao hospital público e, infelizmente, o atendimento foi péssimo e o médico recusou a minha solicitação de raio-x dizendo que não precisava, acabei indo em um médico particular, gastando R$ 130,00 nas radiografias e não pude terminar as consultas por falta de horário. Espero que tudo ocorra bem e o joelho fique sossegado, caso aconteça ficarei de repouso em Santa Helena alguns dias para recuperá-lo e dar continuidade a expedição ao Monte.
Estou muito animado por estar aqui, a tempos que vinha desejando chegar aqui e agora ele está do meu lado. Provavelmente ficarei uns 20 dias offline e até lá tentarei passar mais info através do twitter: http://twitter.com/pedaispelomundo/
Ciclo Abraços
Felippe César Santana