23/04/2010 – Sexta-feira dia da partida de Primavera, o plano era seguir até Salinópolis, conhecer uma das praias do estado do Pará, porém eu tinha combinado com o pessoal do EART – Equipe de Aventura Ratos de Trilha que iria com eles no sábado, dia 24, para Ilha de Marajó fazer uma trilha de bicicleta, era uma oportunidade para conhecer a maior ilha fluvial do mundo acompanhado de boas companhias. A viagem à praia de Salinas foi abortada, portanto tinha que pedalar até a cidade de Santa Luzia, na metade do caminho, o bom foi fazer esse trecho na boa companhia de Evandro e Lu, chegada a hora nos separamos e me despedi também de Argus, a viagem com sua companhia iria acabar nesse momento e cada um seguiria seu caminho.
Próximo a capital do Pará, nas cidades vizinhas, percebe-se inúmeros estabelecimentos comerciais na BR, cidades grande e de alto poder econômico. Em Belém essas dimensões são ainda maiores, ao contrário do que pensava, não imaginava que a cidade era tão grande, eu nunca tinha pisado na região norte do país, o que tornavam as impressões nada palpáveis. No ônibus eu estava com a cara na janela observando tudo que se passava, parecia mais aquelas pessoas que moram naqueles interiores brabo e nunca foram a cidade grande, essa viagem tem me proporcionado um conhecimento sobre o Brasil fascinante, como nosso país é rico e mal aproveitado.
Desço na rodoviária, ligo para Sérgio que iria me receber na cidade e sigo em direção a Top Bike Belém, lá já conheço um monte de gente boa, Marquinhos, Suzanne, Carol, João o próprio Sérgio e posteriormente Leon, são a família Top Bike que me aturaram por um tempão e me deram muito apoio só não queriam me deixar ir embora, disseram que o mundo acabava em Belém e que eu deveria ficar por lá mesmo, rs. Dica: se for a Belém, não deixe de ir a Top Bike loja de alto nível de qualidade, difícil de se encontrar na região norte, ainda mais com o ótimo padrão de atendimento.
Da Top Bike fui para casa de Sérgio, foi lá que fiquei nos meus primeiros dias de Belém e onde também tive uma segunda mãe irmã e irmão, dona Cidália, Cidalinha e Gabriel, foram outras pessoas importantes na minha estada na capital do Pará e que significam muito para um cicloturista, pois ficamos muito tempo longe de casa, do conforto dos pais e do lar.
No dia seguinte era o dia da Trilha do Marajó, estava bastante ansioso, pegamos a balsa em Icoracir, distrito de Belém, custa R$ 21,00 e leva 4:00h de viagem, existe também a opção de pegar um barco no porto, próximo ao centro da cidade e a viagem é um pouco mais rápida.
A viagem foi de muita conversa e um tanto desconfortável, pois não oferece qualidade no serviço, fiquei em pé praticamente toda a viagem até o momento em que decidi deitar no chão mesmo para poder descansar. Na ilha uma galera já estava por lá, éramos algo em torno de 50 pessoas, foi emocionante, o Fábio Talui, pessoa que intermediou todo o contato com a galera até mencionou a minha presença como se fosse especial, rs, fiquei bastante lisonjeado e um tanto sem graça, na minha cabeça as vezes não cai a ficha de que eu estou pretendendo dar uma volta no mundo de bicicleta.
A trilha na ilha foi muito bacana, com belas paisagens, comunidade simples e muito simpática. Conheci a ilha por um ponto de vista completamente diferente, passeando por dentro de fazendas, percorrendo caminhos por dentro da mata, pedalando pela praia e conhecendo pessoas incríveis, definitivamente entrei com pé direito no Pará. Marajó é também famosa pelos búfalos, é impressionante, estão por todos os lados, andando no meio da estrada, no mato, puxando carroça e até a guarda municipal “cavalga” búfalos, preferiria que fossem bicicletas, mas tudo bem, espero que um dia dê-se uma folga para eles.
No final da trilha fomos ao hotel para a confraternização, tomar banho de piscina, bater papo, jantar e assistir a belíssima apresentação de Carimbó, dança típica do estado do Pará, da qual os paraenses têm muito orgulho. Para minha sorte os melhores grupos estão na ilha de Marajó e eu pude assisti-la como também pagar mico, no momento que abriram para as pessoas participarem da dança me empurraram para a pista, sem nunca na minha vida ter visto ou aprendido a dançar, parecia um gringo, tudo culpa de Gustavo, rs.
Deixo aqui eternos agradecimentos a Talui, Sérgio, Ivan, Carlinhos, Gustavo, Gabi, Romero, Jose, Edson, Marcos, Débora, Andréia, Dulce, Mariana, Marina, Guilherme, Aninha, Paulinha, Nilton, Roni, Marta, Eduardo, Itana, Tisga, a todos que também participam dos movimentos do EART e peço mil desculpas por esquecer o nome de alguns, são muitos os nomes e é muito difícil lembrar depois.