Natal – Fortaleza – Quinto Dia

Category : Diário

14/11/2009 – Por conta do pedal exaustivo do dia anterior e ser o sexto dia de viagem, nos demos o luxo de acordar consideravelmente tarde, eu (Felippe) acordei um pouco mais cedo que Danilo e aproveitei para escrever em meu caderno e também fazer um pequeno lanche da manhã. Nós só ficamos realmente prontos as 9:00h, paramos em um mercadinho e fizemos nosso café da manhã, pães com iogurte. As primeiras pedaladas só vierem a acontecer as 9:30 com destino a cidade de Areia Branca.

Eu (Danilo) estava com as pernas doendo muito e muitíssimo desanimado, essa viagem tinha sido a mais cansativa até agora.

A estrada é muito tranqüila, com algumas ladeiras, pouco movimento e paisagens agradáveis, sempre com dunas de areias claras ao fundo, sem falar do cheiro de caju que sentíamos quando passamos por sítios repletos de cajueiros. Por volta das 11:00h chegamos em Areia Branca, também chamada de “terra do sal”, grande produtora desse produto, foram aproximadamente 35km. Lá nós tínhamos que pegar uma balsa para atravessar o rio Mossoró, chegando na cidade de Grossos. Como já estava perto do almoço paramos para comer e descansar, o almoço não foi dos mais baratos, mas foi uma moqueca de camarão muito bem servida e muito saborosa, valeu a pena. Após o almoço, procuramos um local com sombra para descansar, eu aproveitei para descarregar os vídeos no notebook, o cartão de memória já estava completamente cheio, enquanto Danilo dormia no banco da rodoviária da cidade.

De Grossos a Tibau, foram mais 25km, chegamos lá por volta das 16:30 e ai sim estávamos a alguns metros do estado do Ceará, nos animamos novamente, sabíamos que estávamos bem próximo da tão esperada Canoa Quebrada e ainda mais de Fortaleza. Em Tibaú, que é a última cidade do Rio Grande do Norte, paramos pra tomar um refrigerante e conversar um pouco com os nativos. Nos contaram um pouco sobre a cidade e deram algumas dicas no trajeto no Ceará.

Bem vindo ao Ceará!

Mais uns 5 km e finalmente tínhamos alcançado o Ceará! Tiramos foto e tudo. Agora a animação era chegar em Canoa! O dia já estava chegando ao fim, mas iríamos conseguir cumprir o roteiro que era chegar em Icapuí, somando aproximadamente 80 km no dia.

Chegando lá já soubemos de uma pousadinha com um preço camarada, e foi nela mesmo que ficamos, fizemos o jantar, tomamos banho e fomos para praça bem movimentada para aproveitar a noite, finalizando o dia com uma cervejinha merecida.

Mais fotos no Picasa!

Confira também roteiro completo da viagem (google maps)

Natal – Fortaleza – Quarto Dia

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12/11/2009– Em Natal Felippe fez todo um roteiro para essa viagem, nós tínhamos a idéia de mantê-lo para chegar em Canoa Quebrada no final de semana. Mas desde o primeiro dia com os imprevistos não estávamos conseguindo. O planejado para o segundo dia só fizemos em 2, portanto estávamos muito atrasado. A vontade era chegar em Canoa Quebrada hoje, sexta-feira, mas não ia dar de jeito algum. Apesar de tudo, estávamos dispostos a fazer o máximo que nos permitisse, e esse foi o dia que pedalamos mais, inclusive a noite, somando pouco mais de 3 horas, foram 130km totais.

O amanhecer na pousada foi ótimo, tivemos um café da manhã reforçado e gostoso, limpamos as bicicletas e partimos. Tínhamos que chegar em Galinhos pela praia, e lá se foram 26 km de ótima pedalada, a areia era bem dura e deu pra fazer a média de 20 km/h a 27 km/h.

Em Galinhos percebemos que praticamente não tem ruas asfaltadas, o que impede o trânsito de carros que não são traçados e no lugar utilizam charretes. Por um lado é bom porque não tem carro, menos poluição, barulho, trânsito, enfim, os problemas que o carro trás, mas do outro é terrível por se aproveitarem dos cavalos, que queira ou não são maltratados debaixo de sol escaldante.

Dali pegamos o barco e fomos para Guamaré, a travessia durou cerca de 30 min, era pra custar 20 reais, mas negociamos bastante e os barqueiros fizeram por 7,50 cada. Chegando lá, era hora do almoço, então paramos logo em frente ao cais para almoçar uma comida realmente muito boa e barata, ficamos ali até as 13:30 e partimos, dispostos a recuperar o roterio previsto. Macau era a próxima cidade que chegaríamos, 42 km distante. O trajeto era em pista asfaltada, com vento nas costas e quase tudo plano, música para os ouvidos. O único problema foi o sol fortíssimo na cabeça que desgasta bastante.

Antes de ir pra Macau fomos informados que naquele mesmo dia seria a inauguração de uma ponte, que sem ela iríamos percorrer um caminho muito mais longo pra chegar em Porto do Mangue, cidade do outro lado do rio. O caminho foi em meio as salinas, com terra e cascalho grosso. Já quase anoitecendo encontramos alguns trabalhadores que voltavam de bicicleta para casa. Pense nas bicicletas rústicas e o quão rápido esses caras andavam, no escuro ainda por cima. A pedalada foi de uns 40 minutos e “sinistra”! Mas foi divertido, e sem eles estaríamos perdidos, o caminho era um pouco complicado.

Achamos a pista a noite, sorte que estava muito deserto, quase nenhum movimento de carros. Por isso decidimos tentar chegar em Areia Branca, que ficava ainda 50 km. No caminho paramos em Porto do Mangue pra comer, sentado na calçada presenciamos o atropelamento de um cachorro, foi muito triste, mais ainda pela reação das pessoas, como se fosse uma coisa rotineira, algumas delas até falavam coisa do tipo “bem feito”, ainda bem que ele sobreviveu. Eu (Felippe) tirei o cachorro do meio da pista e o coloquei na calçada e felizmente a dona o levou para casa para poder cuidar dele.

Pedalar a noite é tranqüilo quando a pista é tranqüila, é só ter um luz boa e o resto fica divertido, o clima favorece, na ocasião o vento também favorecia, as estrelas são lindas de serem apreciadas e você tem outra visão dos lugares, mesmo que mais limitada pelo fato de não poder encher muito.

Quando chegamos em Ponta do Mel, já estávamos exaustos, tínhamos pedalado 130 km e já era 9 da noite. Minhas pernas (Dan) estavam doendo consideravelmente e o joelho de Felippe também. O jeito foi parar, procurar uma pousada pra se recompor e continuar no dia seguinte. Queríamos muito ter continuado, pois como não deu pra chegar em Canoa Quebrada sexta, tentaríamos pelo menos chegar no sábado. E se parássemos ali, faltariam 160 km mais ou menos, e não daria pra fazer num só dia. Canoa iria ficar pra Domingo mesmo.

Mais algumas fotos do quarto dia Natal – Fortaleza