Dia 2 | Jericoacoara – Parnaíba

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Category : Diário

28/02/2010 – No dia anterior cheguei a Chaval – CE, a minha parada para descanso foi em uma pousada da cidade. Acordei as 6:00AM e comecei a arrumar as coisas para fazer meu café da manhã, as 7:30 sai da pousada e fui fazer umas tomadas de filmagem na cidade, era um domingo de feira, a cidade estava bem movimentada, muitas pessoas nas ruas, bicicletas e também muitas motocicletas, a cidade é bastante agradável, pessoas muito hospitaleiras, em um momento da volta fiquei surpreso por um garotinho tirar uma foto minha com seu celular, achei bastante engraçado, do outro lado sua mãe falou – ele achou sua bicicleta o máximo! Foi ai mesmo que cai na risada.

 
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As 8:30 começa a pedalada em direção a Parnaíba, em 10min já estava na divisa do estado do Ceará e do Piaui, fiz uma festinha particular, pausa para foto, filmagens e tudo que tem direito, rs. A emoção toma conta do meu corpo e vou seguindo forte, vou passando por pequenos povoados onde as crianças e adolescentes ainda brincam na rua, como nas cidades grandes ainda deveria ser.

As 11:00AM ainda estou pedalando, nesse momento o sol já está insuportável, desde um bom tempo atrás, na verdade. Chego no povoado de Mixiqueira e paro para pedir um pouco de água gelada, e decido ficar por lá mesmo, eu não tinha suprimentos para cozinhar e estava contando com a hospitalidade da família que encontrei. Logo que cheguei conheci Nirlon e sua Avó, fiquei conversando um monte, em seguida apareceu sua mãe e sua tia, ficamos conversando e então eles perguntaram se eu já havia almoçado e me ofereceram um belo almoço.

Pouco depois Sandro apareceu, fiquei um tempão brincando com eles e educando também, infelizmente eles tem um péssimo hábito de jogar lixo no chão e também atirar pedras em animais com baleadera, em cachorro, galinha, porco e também no cavalo, que nesse momento se assustou e correu para a pista e “seu dono” apareceu e também deu uma surra de graça nele, fiquei chocado com aquilo. Após isso fui tirar meu cochilo e só acordei as 2:00PM para ir embora, perguntei para os meninos onde podia tomar um banho, eles me levaram num apoio do povoado com umas torneiras, ao passar por um bar fui abordado por um rapaz com seus 18 anos, me convidando para beber e perguntando se eu tinha fumo, falei para ele que não fumava e sai, pensando, até aqui, um lugar consideravelmente remoto já existe “dependência”.

Peguei minha bicicleta e “simbora”, já estava muito próximo já de Luis Correia, as 3:00 cheguei a praia de Macapá – PI, com sua paisagem de pequenas dunas de areia clara, e na famosa árvore penteada, muito linda, quando me aproximei dela, percebi a presença de uma ave de rapina, fui me aproximando aos poucos, filmando-a, até que ela decolou vôo e eu consegui fazer uma bela imagem dela, esses momentos são muito gratificantes na viagem. Momentos registrados sigo viagem.

As 4:00PM chego em Luis Correia, mais uma parada para tomar alguma coisa gelada, parei em um posto de gasolina e pedi urgente um refrigerante gelado, impressionante como esses dias está fora do normal de tanto calor. Não gostei da cidade, muito desorganizada e suja, a parada que pretendia fazer foi relevada e segui direto para Parnaíba, que estava a poucos 14km, mais 40min e cheguei no ponto final, fui direto para casa de Leandro que me ofereceu sua casa para descansar alguns dias. A noite fomos também tomar uma cervejinha para comemorar minha chegada e depois cama, hora de dormir.

Saída de Jericoacoara para Parnaíba

Category : Diário

27/02/2010 – 2 meses, esse foi o tempo que permaneci em Jericoacoara, mas chegara a hora, nesse momento dois sentimentos viam a tona, a felicidade de voltar a viagem e a saudade que iria ficar das pessoas que iriam ficam em Jeri. As 7:30AM estava com tudo pronto, era o horário perfeito para sair, pois a maré estaria seca as 9:30, me despedi de Carla e Fernanda que me acomodaram nos últimos dias de estadia em Jeri e fui embora.

A volta foi emocionante, parecia que estava iniciando a viagem do zero, e foi praticamente, o projeto tem agora outro nome, outro site, outro tudo, sem falar que a paisagem de Jericoacoara contribuía bastante para toda essa emoção. Até chegar em Camocim, à 40km de distância, a paisagem após Tatajuba, é simplesmente fascinante, praticamente intocada, a marca dos pneus dos buggys já deixam de existir, nesse momento eu paro para refletir na beleza que existe nesse planeta e em como ele está com sérios danos pelo nosso consumo desenfreado.


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Camocim

Chego em Camocim por volta das 11:00AM, dou uma lavada na bicicleta para tirar os quilos de areia e sigo para fazer o almoço, que não tava lá essas coisas toda, exceto pelo suco de acerola que tava surreal, rs. Aproveitei também para fazer uma limpeza na corrente com óleo diesel e lubrificá-la, a manutenção da bicicleta é essencial. Após isso e um breve descanso, sem dormir, fui fazer umas filmagens na cidade de Camocim, com partida as 2:30PM, sigo para Chaval a cidade que será a parada do dia. A Estrada é bem agradável, com pequenas casas no caminho.

Barroquinha e Chaval

As 5:00PM chego em Barroquinhas, de lá só faltavam 10km para Chaval, só fiz uma parada para tomar uma água de coco e voltei ao pedal. Chegando lá, me deparei com um por do sol fantástico acompanhado da paisagem da cidade e ao mesmo tempo o aparecer da lua, com uma conformação rochosa muito interessante e bonita, nesse mesmo momento um rapaz que estava a pouco metros a minha frente também de bicicleta, me abordou, ele comentou que sempre olhava para trás, me via, e eu nunca ultrapassava ele, a minha bicicleta toda carregada foi confundida com uma motocicleta, rs, nesse momento eu cai na risada, fomos então conversando por um breve trecho.

Já entrando na cidade, passando por um bar, fui abordado também por dois “cantores da noite”, como eles mesmo se apresentaram, são conhecidos também como seresteiros, conversei pouco por que queria aproveitar os minutos finais de claridade e ver se conseguia um local para dormir sem custo, fiquei passeando na cidade e fui logo na escola municipal, mas lá não seria possível dormir, então fui seguindo para ver se encontrava outras pessoas, ao parar num praça para fazer uma tomada de filmagem vi uma senhora na calçada e resolvi perguntar para ela se ela conheci algum lugar, seu nome é Marisa, ela trabalha na secretaria de saúde do município, e fez uma ligação para arranjar um local para mim, nesse meio tempo me ofereceu água e uma sobremesa deliciosa de maracujá com limão.

A mãe de Marisa também sentou na calçada e nos acompanhou na conversa, conversa vai conversa vem, acabei descobrindo que seu sobrinho, mora em Recife-PE e também é um lutador para melhorias do uso da bicicleta na cidade, passei meu contato para ela e segui para a garagem da prefeitura, lá seria possível tomar banho, armar a rede e dormir, ao menos era isso que eu esperava.

É Dia de Feira

Como era sábado, no dia seguinte, havia feira, ou seja, todos os feirantes iam para lá dormir também, ai você já sabe o que esperar, peguei minhas coisas para tomar banho, o banheiro além de não ter luz, feder pra diabo de mijo e Côcô, também não tinha água, o jeito era dormir então, armei minha rede e fiquei lá, aos poucos iam chegando os feirantes, até que um grupo chegou e comentou – “Rapaz, aqui ninguém dorme não, é só pra descansar o corpo mesmo!” – instantaneamente eu pensei – putz, eu tenho que dormir, se não amanha não tenho energia pra pedalar, imediatamente sai pra uma pousada, além de estar muito cansado pelo período parado, estava com uma dor de cabeça terrível pelo sol que tinha pegado no dia.

Acabei encontrando uma pousada bem agradável, por R$ 15,00 com café da manhã, ótimo, é aqui mesmo, entrei no quarto, tomei banho e “bufo” cai na cama pra dormir, agora pedalar só amanhã.

Jeri Majestic

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Category : Diário

Jericoacoara – Caramba, nesse momento eu me pego na surpresa de falar desse lugar, foi no dia 18 de dezembro que cheguei lá, porém, ao subir na jardineira, de certa forma foi meio, decepcionante, acho que essa seria a palavra mais correta, as pessoas estavam muito desanimadas, ou talvez, eu é que estava muito animado por chegar lá, afinal desde Aracaju eu ouvia falar desse lugar, que era mágico, que era lindo, aquelas ruas de areia entre outros adjetivos, foram muitos quilômetros pedalados até alcançá-la e então finalmente eu havia chegado, sozinho e pedalando, as exatas 6:00PM eu pisei nas areias de Jeri e confesso que foi ótimo, após 3 dias de pedaladas desde fortaleza, em um percurso que na maior parte foi chato e monótono, sem mp3 ou qualquer fonte que produzia som musical e distração, chegar em Jericoacoara foi mágico e isso foi só o começo.

 

Ao chegar, havia uma pessoa que poderia me hospedar, seu nome é Flávia ou carinhosamente, Flavinha, ligava para seu celular mas ninguém atendia, foi somente na quinta tentativa , em horários diferentes, que consegui falar com ela, e então fui ao seu encontro, conversamos horrores, nossas personalidades se bateram na hora, acho que pelo fato de sermos aquarianos, pensamos iguais, em viajar, liberdade e todas essas coisas que só nós sabemos, após isso, fui pegar minha bicicleta e deixar em sua casa, afinal eu tinha acabado de chegar e queria conhecer a noite de Jeri.

Ao pegar a bicicleta conheci o George Washington, quem poderia imaginar que iria conhecer um cara com esse nome, só poderia ser em Jericoacoara mesmo, e isso foi só o começo, em Jeri você conhece muita gente só pelo “olhar para o lado”, Lá/aqui as pessoas vem muito abertas para todas as outras pessoas, e todas as oportunidades de troca de experiências, e eu era o cara da bicicleta, o maluco que viaja de bicicleta e sempre despertava a curiosidade e tinha história para contar. Da até para criar uma analogia com o andar de bicicleta na cidade, ela também proporciona isso, por que ao invés de se esconder medrosamente dentro uma lata de metal, você se permite o contato com todos ao seu redor, essa é a magia do andar de bicicleta.


album: Jeri em Dezembro (de o play ou visualize no picasa)

Mas foi por Flavinha que eu conheci minha família Jericoacoara, foram as pessoas que me abraçaram de forma que não poderia ser melhor, dentre elas, Ricardinho Matos e família(Rose, Eriston e Vinicius), Zecadélico, Nadia Polimeni, Wagner, Celso, Corvo e família. Foram com eles que passei o meu primeiro natal longe de casa, e foi muito bom, eu me senti em casa naquele dia, acolhido, em seu verdadeiro significado, acredito que o natal seja isso, e a historia estava só no começo.

Com sede de surfar, já fazia tempo que não tinha a oportunidade, comecei a dar aulas de surf, fui conhecendo muita gente de todos os lugares, desde brasileiros a estrangeiros, mas o mais “figura” foi o Zinho, o cara que aluga as pranchas em Jeri, me acabava de rir com ele todos os dias com suas histórias, um cara batalhador e que hoje tem uma qualidade de vida e felicidade de sobra que muitos ricaços não tem, são essas pessoas que me fazem refletir no verdadeiro sentido da vida, e assim eu vou absorvendo e seguindo, adaptando sempre ao meu ponto de vista.


album: Jeri em Janeiro (de o play ou visualize no picasa)

Foi em dezembro também que conheci dois caras lá do Maranhão, Fernando e Bruno, e também Vivi de Campinas, coração gigante, todos os três, por isso que repito, jeri é mágico por causa disso. Eles foram meus amigos por muito tempo, eles estavam a passeio, e Vivi mora em Jeri. Foi através deles, que conheci minha segunda família, a família ZCHOPP, é até engraçado, a família do bar, rs, mas o Marcão, foi um cara que também me abraçou, sem me conhecer bem, fazendo pronunciamentos ao vivo com o microfone na mão, com ele vieram a Vilminha (sua esposa), Gabriel (sobrinho), Bruno (amigo de Gabriel), Rafinha, Adriana e Jonas. O ZCHOPP era a parada obrigatória de cada dia, para jogar conversa fora, falar besteira e rir um bocado.

Foi em Jericoacoara também, que eu vi uma oportunidade de trabalhar, juntar um dinheiro e comprar os equipamentos que me faltavam, afinal, logo que cheguei em jeri, já estava praticamente empregado, porém decidi esperar mais um pouco para começar a trabalhar. Foi no hotel chili beach que eu consegui o tal emprego, lá eu tive a minha terceira família, Fernanda, Chicão, Daniel, Vânia, Marlene, Rose, Cláudia, Zé Luis, Paulo, César, David…., foi muito bom trabalhar lá, me divertia bastante.


album: Jeri em Fevereiro (de o play ou visualize no picasa)

Através de Fernanda, conheci Carla, sua amiga de longas datas, elas duas eram como se fossem primas minhas, me deram muita ajuda também como muitas dicas do que eu poderia fazer, além disso, as duas são pessoas muito viajadas, foram para diversos países quando trabalhavam em navios, isso me dava muito mais sede em viajar cada vez mais! Rs.

Já em seu final, eu conheci duas pessoas pra lá de especiais, Alana e Fernanda, amigas de Flavinha, parecia que já conhecia a muito tempo, foram e serão amigas que nunca vou esquecer. Ah, teve também, o Marco Túlio, “figuraça” que faz pirografia, trabalha muito bem por sinal. Tudo isso foi no mês de Fevereiro, em um mês bastante especial por conta que eu completei 24 anos, no dia 19, acompanhado de meus queridos pais que haviam saído de Aracaju até Jeri para me encontrar, foram momentos muito bons e felizes da minha vida, em homenagem a isso tudo, eu fiz o vídeo acima, mostrando o cotidiano de Jeri, toda sua movimentação e magia que só as pessoas que conhecem sabem falar, espero que vocês gostem e comentem, pois é com muita dedicação que eu faço tudo isso, ver os comentários de vocês é um grande presente. Só tenho a agradecer a todos, e se esqueci o nome de alguém peço mil desculpas.

Dia 3 – Fortaleza – Jericoacoara

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18/12/2009 – hei de confessar que dormir em pousada as vezes é ótimo!!! O único “problema”, as vezes, é acordar, e também pelo fato do café da manhã sempre começar relativamente tarde quando se trata de viajar de bicicleta. Só me levantei as 7:30AM, me dei o luxo de descansar mais, as outras noites não haviam sido tão relaxantes. Fui para o café da manhã, comi um monte, afinal, com um banquete de frutas daquele impossível não se empanturrar, rs.

Depois de comer fui arrumar as coisas, eu tive que tirar todas as mochilas para guardar no quarto, sei que só fui sair de Itarema as 9:30, o sol já tava daquele jeito, pelando. Mas vamos nessa, eu tava animado, afinal Jericoacoara estava a pouco mais de 70km, hoje eu chegava lá, nem que fosse andando! rs.

Saindo de Itarema, cheguei num povoado chamado Santa Rita, dei uma passada na igreja de Santa Rita para registrar o momento, uma lembrança para minha mãe! Nesse mesmo momento 2 rapazes que estavam sentados na calçada me chamaram, me chamaram para conversar, eles achavam que eu era gringo, foi engraçado. É interessante como a bicicleta nos aproxima das pessoas, essa parte da viagem é o mais rico e mais gratificante, poder trocar experiências com as outras pessoas.

Cheguei em Acarau, era um sexta-feira de grande movimento, a cidade também tem muita motocicleta, impressionante como as cidades de interior estão se tornando motorizadas. Já era perto do almoço, depois de perguntar para algumas pessoas parei em um posto de gasolina e rolou um PF massa, após isso procurei um lugar pra dormir, foi quando vi perto da loja de conveniência um lugar que possibilitava o cochilo pós almoço, foi lá mesmo. Só fui acordar as 2:00PM, fui direto para o banheiro do posto lá tinha um chuveirão muito bom, tomei um banho, como sempre de roupa e tudo e parti, a animação tomava conta do meu corpo e mente, Jericoacoara estava a poucos 45km.


Após 30km encontrei uma lagoa, parada obrigatória pra tomar banho e tomar um refrigerante gelado. Na hora de ir embora, pneu furado, inacreditável, me atrasou uns 30min. Tudo bem, tudo em cima, vamos embora, pedalava muito rápido, não existia cansaço, a vontade nesse momento era chegar em Jericoacoara. A 2km de Jijoca, cidade que iria pegar a “jardineira” (caminhão adaptado, ou popularmente conhecido como pau de arara), dois malucos começaram a gritar pra mim, eram nativos, guias de passeios, eles me falaram que a “Redenção” já iria passar e que daria para eu pegar ali mesmo, ali então fiquei, conversando com eles até que a jardineira passou, coloquei minha bici em cima dela e voi la, Jericoacoara aqui estou eu, muito prazer!

Dia 2 – Fortaleza – Jericoacoara

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 17/12/2009 – Como dizem os cearenses, “ei macho, diabo é isso” de tanta muriçoca? A noite foi assim, mosquito que não acabava mais, e o mais impressionante é que elas são imunes a repelente o que tornou a noite ainda mais difícil no restaurante de beira de estrada, fato também é que vez e outra passava alguns caminhões fazendo tudo tremer, ou seja, dormir pra que? Nem queria mesmo, as 5:00h já estava de pé, as 5:30 fiz o café da manhã no próprio restaurante, pão com ovos e tapioca! Nhami!

Hora de partir, agradeci ao pessoal e “vamo que vamo”, pedalei de leve e mais a frente fiz uma parada para um alongamento mais completo, péssima mania que tenho de não me alongar, não repitam isso que eu faço crianças, se alonguem bastante. Feito, segue o pedal, por um trecho muito entediante, a paisagem constante do cerrado, baixa densidade demográfica, pedalei muito tempo sozinho, literalmente.

As 10:00AM, depois de 4 horas de pedal, pensava em procurar um lugar para comer, foi quando encontrei atividade humana na estrada, era um rapaz chamado “Galan” ou “Índio” foi como ele se apresentou, perguntei pra ele onde tinha um lugar para almoçar e ele me mostrou o povoado que morava, até lá fomos conversando, esclarecendo as curiosidades dele sobre uma viagem de bicicleta, após um tempo ele me ofereceu sua casa para descansar, foi perfeito, tinha uma rede lá e eu dormi que nem uma criança, acordei próximo do meio dia e fui almoçar com Galan a bela comida caseira com um garrafão de suco de Dona Lili.



Voltamos para casa e fiquei brincando com o sobrinho de Galan, muleke figura, criança é uma onda, gosto muito. Me faz lembrar minha sobrinha que está em Aracaju, Iris, que esse ano completa seus 4 anos. As 2:00PM era a hora de partida, o show não estava nada agradável, mas eu tinha que seguir, tomei um banho de roupa e tudo, fizemos uma foto de recordação e “simbora”.

Se eu achava a estrada antes já estava deserta, não imaginava o que tinha pela frente, uma completamente recente, construída para facilitar o acesso a Jericoacoara, ai sim foi total solidão e ainda por cima um pedal que não chegava nunca, após 1:30 de pedal sem parar, encontrei 2 casas de taipa e uma árvore com sombra que permitia sentar e fazer um lanche. Quando cheguei percebi que havia pessoas morando ali, foi então que apareceram na porta para ver quem parava por ali, aposto que nunca devia ter acontecido isso. Um senhor de lá seus 70 anos apareceu para conversar comigo, eu falei que estava indo para Itarema, e ele retrucou que nunca tinha ido pra lá e sempre teve vontade de conhecer, na hora eu refleti sobre a quantidade de pessoas que vivem nas mesmas condições, somente com suas famílias.

Me despedi e fui embora, pedalava, pedalava e não chegava, já somavam 100km no dia, já estava escuro, a noite tinha adentrado no Ceará, quando completei os 125km foi ai que vi sinal de civilização, um bar/restaurante, entrei correndo doido para tomar alguma coisa gelada. No bar tinha 3 rapazes bebendo, e curiosos puxaram conversa comigo, ri horrores com os figuras, fizemos uma foto de recordação e então parti para Itarema, foram mais 5km, passei na escolinha municipal para tentar dormir lá, mas não tive sucesso, como já era tarde, estava cansado, fui pra uma pousada que me custou R$ 13,00 com café da manhã, perfeito. Até amanhã.