02/08/2010 – Após 14 dias desde a partida de Manaus chego em Boa Vista, a única capital brasileira totalmente ao hemisfério norte. Localizada no estado de Roraima, seu nome “origina-se das palavras roro, rora, que significa verde, e ímã, que quer dizer serra, monte, no idioma indígena ianomâmi, formando serra verde, que reflete o tipo de paisagem natural encontrada na região” (fonte: www.brasilrepublica.com). Na capital Boa Vista, possui aproximadamente 290 mil habitantes, um charme encantador e uma qualidade de vida invejável, as dimensões da cidade e seu traçado ordenado permite que a maior parte dos deslocamentos possam ser feitos a pé ou de bicicleta, mesmo com pouca infraestrutura.
foto: Marcelo Seixas
O estado de Roraima “é um dos estados com mais áreas demarcadas como indígenas do Brasil, cobrindo 46,37% do território total — 104.018,00km² — (terras essas que, somadas às terras da União, do Exército e de Preservação Ambiental, faz com que as áreas efetivamente do estado sejam de reles 9,99%) (fonte: pt.wikipedia.org)
Dias em Boa Vista
Meus primeiros dias na capital roraimense se devem a Eliana, hoje uma amiga, mas um dia antes de chegar em Boa Vista nem sequer a conhecia ou a tinha visto alguma vez, nós nos conhecemos em um restaurante a beira da BR-174, quando eu fazia meu descanso pós almoço, a partir daí então ela me ofereceu suporte e estadia em sua casa. Ela mora com seu filho Claudio, figura ilustre que rendeu ótimas risadas de boa companhia, além dele conheci também a Ellem e Adriana, amigas da Eliana que me deram dicas a respeito do projeto, são pessoas que guardo um imenso carinho.
11/08/09 – Foram 9 dias de estadia em Boa Vista, com direito a muito descanso, especialmente para o joelho, e enquanto isso, aproveitei para trabalhar nas atualizações do site, que ainda estavam atrasadas, é uma tarefa difícil, mas gratificante. O momento também foi destinado para a elaboração do plano de viagem, a ansiedade tomava conta, afinal de contas, o destino final era o belo Monte Roraima, lá eu irei encerrar esse primeiro ano de viagem, que completou no dia 12 de Agosto, portanto nada melhor que “estourar o champagne” na estrada, lugar onde já me sinto em casa.
O Lavrado e o Monte
De Boa Vista então sai
pedalando pela estrada,
cruzando a BR-174
que para a Venezuela me levava,
nas paisagens de horizontes
o grande campo dominava.
O relevo plano do caminho
segue em linha reta,
olho sempre para frente
e observo sua mata
que ficam sempre
no campo isolada.
As montanhas se destacavam
ao fundo do cenário,
o desenho que se forma
é sempre um espetáculo,
quebrava a monotonia
do trajeto solitário.
Pouco a pouco me aproximava
e os dias vão passando,
sempre repleto de sensações
seja o sol nascendo ou se pondo,
tudo é muito bonito
a cultura de Roraima vou conhecendo.
No interior do estado,
existe forte traço do índio,
os mais antigos habitantes do Brasil
que ainda é reprimido,
aqui acontecem brigas
por parte da agricultura e do garimpo.
No final do trajeto
vou contornando montanhas
subindo e descendo
entre paisagens que encanta
ao subir a serra, finalmente,
chego em Pacaraima.
Estou na froteira
do Brasil com a Venezuela,
o cenário da região
parece ser de aquarela
é o final da viagem
que se modela.