05/03/2010 – Chegou o último dia da viagem para Teresina, acordei as 5:30AM, fiz um lanche rápido com Chagas, me despedi, fizemos uma foto para recordação e fui em busca de um lugar para fazer um café da manhã, por sorte na estrada tinha uma barraquinhas de umas senhoras que vendiam tapioca, perfeito, comi 2 tapiocas com café.
As 6:15AM já estava no pedal, com um humor atípico, sem um pingo de vontade de pedalar, acho que porque na noite anterior dormi meio mal, muito mosquito (imune a repelente e sentinela) e para variar estava muito calor!. Porém, comecei a pensar positivo sobre o dia, e para ajudar estava um clima muito agradável, uma serração, friozinho, tava ótimo pra pedalar! Ao poucos a endorfina agia em minha mente e tomava meu corpo de emoção, afinal a cada pedalada eu ficava mais próximo ainda de Teresina.
A estrada ainda continuava com acostamento ruim e com pouco movimento. A cidade mais próxima era Campo Maior, a 40km, estava curtindo muito o pedal, muitos pássaros e paisagem agradável, chegando próximo de campo maior existe um pórtico referenciando a Batalha do Jenipapo, eu nunca ouvi falar dessa batalha, acho que matei a aula de história nesse dias, rs. Pesquisando depois na internet, descobri que foi uma batalha da independência do estado do Piaui e também do Brasil.
Às margens do rio Jenipapo, no atual município de Campo Maior, foram palco de uma sangrenta batalha envolvendo os partidários da independência brasileira e a resistência portuguesa que procurava evitá-la. Era 13 de março de 1823. Este confronto pode ser visto como um dos momentos cruciais da adesão da província piauiense ao processo emancipatório brasileiro.
Apesar da independência tem sido oficialmente proclamada a 7 de setembro de 1822, pelo príncipe regente São Paulo, as outras regiões da América portuguesa não havia aderido. Aquele gesto simbolizava apenas a adesão da região Centro-Sul. O processo de independência nas outras áreas implicou em se cruentas batalhas, especialmente no norte, incluindo o nordeste atual. Essa área era alvo de pretensão portuguesa de perpetuar domínios na América.
Neste sentido, a província piauiense assumia uma importância fundamental para o governo português em virtude da sua posição territorial, encravada entre as províncias ocidentais e orientais do norte da América portuguesa. Por conta disto e, sobretudo, devido à expansão dos ideais emancipacionistas, desde 1821 eram enviadas, pelo governo português, quantidades significativas de armamentos e munições bem como havia a nomeação de militares experientes para cuidar desta região. Para essa província fora nomeado João José da Cunha Fidié como governador das armas. Ele era experiente militar, veterano nas guerras napoleônicas.
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(Fonte: http://culturadopiaui.vilabol.uol.com.br/batjenip.htm Data: 25/03/2010)
Por volta das 8:00AM cheguei em Campo Maior, cantarolando sozinho pela estrada, feliz! E cada vez que entrava mais na cidade me deparava com cenas ainda mais engraçadas e bizarras, como os “açougues” a céu aberto, dilacerando bodes nas “calçadas” da rodovia, aquela cena foi impressionante, veio logo na minha cabeça “cidade maluca” e talvez mais maluco ainda são as pessoas que comem essas carnes! rs.
Em Campo Maior eu tive também que fazer uma parada do Banco para sacar dinheiro, e percorrendo a principal avenida da cidade, a quantidade assustadora de motocicletas tomava as ruas da cidade e também as calçadas, falta muito trabalho de educação por aqui, as minhas impressões da cidades foram lá pra baixo, piorando ainda quando andava na rua e um motorista de carro queria de qualquer jeito passar por mim, não havia o menor espaço para ele, só se fosse voando, e ainda veio brigar comigo, pior de tudo foi para parar no semáforo a 10 metros a frente. “ta com pressa? Vá de bike!”
Nesse momento tudo que eu mais queria eu fugir daquele lugar, sair o mais rápido possível, e foi o que fiz, parando somente para apreciar a beleza dos ninhos de um bando de pássaros recém nascidos, na mata da lagoa ao lado da BR, e mais a frente para comprar uma água gelada e tomar um energético. Após isso, segui viagem e felizmente encontrei o Sr. Francisco Soares Leite, para salvar a pátria, um senhor muito carinhoso, hospitaleiro e sonhador, ficou conversando comigo, fazendo suas pergunta e me desejando bons ventos, foi ótimo, aquilo me deu uma alegria enorme e continuei seguindo viagem.
Por volta das 10:00AM voltou meu desânimo, aquele calor realmente desanimava bastante, eu continuei pedalando até as 11:30AM, até quando encontrei um restaurante na beira da estrada para almoçar e descansar até as 2:00PM, lá tinha umas redes e deu pra dormir bastante, foi ótimo, quando acordei já estava com outro humor, estava faltando apenar 50km para chegar em Teresina.
Voltando ao pedal, as 2:10PM, peguei duas ladeiras consideráveis, como também, duas belas decidas, pedalava muito forte, querendo chegar logo em Teresina, esse trecho da estrada é muito bonito, com uma vegetação bem abundante com variados tipos de árvores. Mais próximo de Teresina começa a aparecer várias chácaras, na falta de praia, os sítios são o refúgio dos finais de semana! rs. As 4:40PM chego no pórtico da cidade, estava muito feliz, pois foi um caminho muito difícil pelo calor que estava esses dias. Ao entrar na cidade já percebo a quantidade de ciclistas que possui, sigo em direção para casa de Diego e assim termina esse roteiro.
Seu Francisco…
SOARES LEITE!!!
hahahaha… figurassa!!!
Esses dias que você não tá nem um pouco a fim, mas tem que pedalar já são um problema grande no dia-a-dia, imagina numa viagem, que ou vai, OU VAI!!!
Tomara que esses dias não se repitam!!! Grande abraço!!!