Dia 3 – Fortaleza – Jericoacoara

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Category : Diário

18/12/2009 – hei de confessar que dormir em pousada as vezes é ótimo!!! O único “problema”, as vezes, é acordar, e também pelo fato do café da manhã sempre começar relativamente tarde quando se trata de viajar de bicicleta. Só me levantei as 7:30AM, me dei o luxo de descansar mais, as outras noites não haviam sido tão relaxantes. Fui para o café da manhã, comi um monte, afinal, com um banquete de frutas daquele impossível não se empanturrar, rs.

Depois de comer fui arrumar as coisas, eu tive que tirar todas as mochilas para guardar no quarto, sei que só fui sair de Itarema as 9:30, o sol já tava daquele jeito, pelando. Mas vamos nessa, eu tava animado, afinal Jericoacoara estava a pouco mais de 70km, hoje eu chegava lá, nem que fosse andando! rs.

Saindo de Itarema, cheguei num povoado chamado Santa Rita, dei uma passada na igreja de Santa Rita para registrar o momento, uma lembrança para minha mãe! Nesse mesmo momento 2 rapazes que estavam sentados na calçada me chamaram, me chamaram para conversar, eles achavam que eu era gringo, foi engraçado. É interessante como a bicicleta nos aproxima das pessoas, essa parte da viagem é o mais rico e mais gratificante, poder trocar experiências com as outras pessoas.

Cheguei em Acarau, era um sexta-feira de grande movimento, a cidade também tem muita motocicleta, impressionante como as cidades de interior estão se tornando motorizadas. Já era perto do almoço, depois de perguntar para algumas pessoas parei em um posto de gasolina e rolou um PF massa, após isso procurei um lugar pra dormir, foi quando vi perto da loja de conveniência um lugar que possibilitava o cochilo pós almoço, foi lá mesmo. Só fui acordar as 2:00PM, fui direto para o banheiro do posto lá tinha um chuveirão muito bom, tomei um banho, como sempre de roupa e tudo e parti, a animação tomava conta do meu corpo e mente, Jericoacoara estava a poucos 45km.


Após 30km encontrei uma lagoa, parada obrigatória pra tomar banho e tomar um refrigerante gelado. Na hora de ir embora, pneu furado, inacreditável, me atrasou uns 30min. Tudo bem, tudo em cima, vamos embora, pedalava muito rápido, não existia cansaço, a vontade nesse momento era chegar em Jericoacoara. A 2km de Jijoca, cidade que iria pegar a “jardineira” (caminhão adaptado, ou popularmente conhecido como pau de arara), dois malucos começaram a gritar pra mim, eram nativos, guias de passeios, eles me falaram que a “Redenção” já iria passar e que daria para eu pegar ali mesmo, ali então fiquei, conversando com eles até que a jardineira passou, coloquei minha bici em cima dela e voi la, Jericoacoara aqui estou eu, muito prazer!

Dia 2 – Fortaleza – Jericoacoara

Category : Diário

 17/12/2009 – Como dizem os cearenses, “ei macho, diabo é isso” de tanta muriçoca? A noite foi assim, mosquito que não acabava mais, e o mais impressionante é que elas são imunes a repelente o que tornou a noite ainda mais difícil no restaurante de beira de estrada, fato também é que vez e outra passava alguns caminhões fazendo tudo tremer, ou seja, dormir pra que? Nem queria mesmo, as 5:00h já estava de pé, as 5:30 fiz o café da manhã no próprio restaurante, pão com ovos e tapioca! Nhami!

Hora de partir, agradeci ao pessoal e “vamo que vamo”, pedalei de leve e mais a frente fiz uma parada para um alongamento mais completo, péssima mania que tenho de não me alongar, não repitam isso que eu faço crianças, se alonguem bastante. Feito, segue o pedal, por um trecho muito entediante, a paisagem constante do cerrado, baixa densidade demográfica, pedalei muito tempo sozinho, literalmente.

As 10:00AM, depois de 4 horas de pedal, pensava em procurar um lugar para comer, foi quando encontrei atividade humana na estrada, era um rapaz chamado “Galan” ou “Índio” foi como ele se apresentou, perguntei pra ele onde tinha um lugar para almoçar e ele me mostrou o povoado que morava, até lá fomos conversando, esclarecendo as curiosidades dele sobre uma viagem de bicicleta, após um tempo ele me ofereceu sua casa para descansar, foi perfeito, tinha uma rede lá e eu dormi que nem uma criança, acordei próximo do meio dia e fui almoçar com Galan a bela comida caseira com um garrafão de suco de Dona Lili.



Voltamos para casa e fiquei brincando com o sobrinho de Galan, muleke figura, criança é uma onda, gosto muito. Me faz lembrar minha sobrinha que está em Aracaju, Iris, que esse ano completa seus 4 anos. As 2:00PM era a hora de partida, o show não estava nada agradável, mas eu tinha que seguir, tomei um banho de roupa e tudo, fizemos uma foto de recordação e “simbora”.

Se eu achava a estrada antes já estava deserta, não imaginava o que tinha pela frente, uma completamente recente, construída para facilitar o acesso a Jericoacoara, ai sim foi total solidão e ainda por cima um pedal que não chegava nunca, após 1:30 de pedal sem parar, encontrei 2 casas de taipa e uma árvore com sombra que permitia sentar e fazer um lanche. Quando cheguei percebi que havia pessoas morando ali, foi então que apareceram na porta para ver quem parava por ali, aposto que nunca devia ter acontecido isso. Um senhor de lá seus 70 anos apareceu para conversar comigo, eu falei que estava indo para Itarema, e ele retrucou que nunca tinha ido pra lá e sempre teve vontade de conhecer, na hora eu refleti sobre a quantidade de pessoas que vivem nas mesmas condições, somente com suas famílias.

Me despedi e fui embora, pedalava, pedalava e não chegava, já somavam 100km no dia, já estava escuro, a noite tinha adentrado no Ceará, quando completei os 125km foi ai que vi sinal de civilização, um bar/restaurante, entrei correndo doido para tomar alguma coisa gelada. No bar tinha 3 rapazes bebendo, e curiosos puxaram conversa comigo, ri horrores com os figuras, fizemos uma foto de recordação e então parti para Itarema, foram mais 5km, passei na escolinha municipal para tentar dormir lá, mas não tive sucesso, como já era tarde, estava cansado, fui pra uma pousada que me custou R$ 13,00 com café da manhã, perfeito. Até amanhã.

Saindo de Fortaleza para Jericoacoara

Category : Diário

16/12/2009 – Dia para sair de Fortaleza, o despertador toca as 6:00, mas só levanto as 7:00, no dia anterior fui dormir consideravelmente tarde, ainda acordo com uma sensação de dúvida sobre a viagem, na verdade eu estava com medo, afinal nunca tinha viajado sozinho, mas ao ir arrumando as coisas comecei a pensar coisas boas e a ansiedade foi aumentando e criei coragem. As 8:00 estava com tudo pronto, era chegado o grande momento, comprei um garrafão de 5L de água enchi todas minhas garrafas, fui sacar dinheiro e dá-lhe pedal. Era só eu e Carmélia (minha bici) agora.

No caminho da saída de Fortaleza um ônibus com crianças enlouquecidas acenaram pra mim e interagimos bastante, ficamos um bom tempo lado a lado por conta dos constantes semáforos, isso me animou bastante, era como se eu fosse um super herói para eles, com aquela bicicleta toda entupida de sacolas e uma roupa pra lá de diferente e um capacete. Além do ônibus conversei com um senhor que também estava de bicicleta carregando seu filho na garupa de sua bici, esses são os verdadeiros ciclistas brasileiros.

Saio de Fortaleza e entro em Caucaia, mais a frente encontro uns guias que vendem os passeios para lagoas que ali existem, fico batendo papo com eles por um tempo, mas decidi seguir para lagoa do banana pois era caminho, já estava meio atrasado. É engraçado você conversar com as pessoas, dizer de onde você vem e depois falar que vai ficar 6 anos viajando, são variadas as expressões, é bem marcante. Depois de pegar algumas informações com os guias agradeci e mais pedal.

É interessante o espírito das pessoas que moram longe de cidades grandes, ao pedir informação a um senhor sobre a lagoa do banana ele me falou que se acontecesse alguma coisa, procurasse ele em sua casa, fiquei muito feliz, me fez perceber que eu nunca estou sozinho, agradeci e segui para a lagoa. Foi o momento para refrescar, tomar um refrigerante gelado, você não tem idéia como qualquer coisa gelada é um prêmio, principalmente tomar um banho de lagoa. As 11:00 parti e logo depois encontrei um restaurante de beira de estrada para comer, o PF sem carne custava R$ 4,00 foi esse mesmo que pedi, “com bastante feijão, por favor”. Após o almoço, “time to relax”, fui deitar nas famosas redes furadas que havia lido no livro de Rafael Limaverde, “Pelos Caminhos de Nuestra América”.

As 2:00 pm sai de lá, a intenção era chegar na Praia de Lagoinha, porém quando cheguei nos 95km, na cidade de Paraipaba, decidi ficar por lá, se fosse pra Lagoinha, o percurso seria por praia e estava receoso em ir dessa forma, então decidi seguir pela estrada, se desse problema, seria mais fácil conseguir carona. Em Paraipaba parei para tomar uma água de coco e perguntei para a moça um lugar para dormir, ela me ofereceu ficar ali mesmo, a noite tem vigia e ela poderia me emprestar uma rede, já que eu não tinha.

As 7:00 pm eu pude tomar banho e fui deitar um pouco. As 9:00 pm as meninas que trabalhavam no restaurante, precisavam pegar suas bicicletas para irem para casa, foi a parte mais engraçada do dia, todos os funcionários ficarem em volta de mim para ouvir minha história, parecia mais uma conferencia sobre cicloturismo e Felippe César, foi muito engraçado, me diverti bastante, após isso, fui fazer um lanche e bater um papo com o vigia e assim pude ir dormir!

Nova Era

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Category : Diário

Caros amigos seguidores do Pedais pelo Mundo é com imenso prazer que escrevo para vocês nesse momento para informar que a nova era do projeto está por vir, esses meses “parado” foram extremamente necessário para organizar inúmeras coisas, novas parcerias e apoios foram feitos, novas idéias também surgiram para tornar o projeto ainda mais educativo.

Pensando que a sustentabilidade não está somente na forma como nos deslocamos, agora, o “Pedais pelo Mundo” divulga e promove práticas do “Consumo Consciente” e do 3R (reduzir, reutilizar e reciclar), você poderá conhecer mais sobre boas iniciativas de reciclagem e como adotá-la em casa.

Outra vertente agregada ao projeto são sobre bio construções, arquitetura e urbanismo sustentável. Atualmente existem vários estudos sobre materiais alternativos de construções que não impactam o meio ambiente se utilizados de forma consciente, por serem renováveis. Além disso, essas alternativas construtivas podem ser utilizadas para acabar com o déficit habitacional existente em nosso país. Estas construções possuem um custo, ambiental e financeiro, bastante inferior ao modelo utilizado hoje em dia, as construções de alvenaria e cimento, podendo chegar a 30% do valor total.

O Pedais pelo Mundo também divulga os 8 Objetivos do Milênio (http://www.objetivosdomilenio.org.br/), desenvolvido pela ONU ao analisar os maiores problemas mundiais. Além disso, existe a luta para oficializar o Projeto como parceiro do programa.

Isso é só o começo do que esta por vir.

De antemão agradeço pela paciência de todos e pelos votos de confiança.

O Projeto 4 Pedais se divide

Category : Diário

Prezados amigos seguidores do projeto 4 pedais, eu (Felippe César), escrevo para vocês nesse momento para informar que o projeto 4 pedais se divide, a viagem não acabou e está longe do fim. Eu e Danilo, ao chegarmos em Fortaleza começamos a idealizar duas novas idéias e decidimos nos separamos e então seguirmos nossos destinos.

Por conta disso gostaria da ajuda de todos vocês na escolha do novo nome do projeto, o conceito será o mesmo que vinha sendo desenvolvido pelo atual site 4 pedais, a partir dai vocês decidem qual o nome que melhor representa minha carreia solo, podemos assim dizer! rs.

As opções de nomes até agora são 4:

1. Bicicletando

2. Pedais pelo Mundo

3. Pedais Urbanos

4. BicicloMundo

5. Outro (sugira no espaço de comentários)

Acesse o link abaixo e VOTE.
ou se você tiver alguma idéia, sugira no espaço de comentários.

Qual nome que mais combina com a cara do meu projeto solo?

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